vil metáfora

Como todo bom gaúcho, eu adoro chimarrão. Parece um tanto quanto irracional você chupar litros e litros de água quente e amarga através de uma "bomba" de metal. Faz parte da nossa riquíssima cultura gaúcha e, se assim não fosse, creio que consideraríamos este hábito um ato de insanidade mental. Modéstia à parte, o meu chimarrão é simplesmente o melhor que eu já tomei (o do meu pai é o segundo melhor, apesar de ele insistir no contrário). Pois a alguns anos eu ganhei de presente uma bomba de chimarrão do PT. Muita gente que tomou do meu chimarrão achou-o intragável pelo fato de serem obrigados a quase beijar a estrela do PT estampada na bomba. Por outro lado, alguns o adoravam e a referida bomba já servia de estopim (estopim com bomba é meio perigoso, né? Ainda mais nos tempos de hoje...) para muitos papos agradáveis e produtivos sobre política. E o chimarrão se prolongava em meio a debates e discussões (dá licença, vou esquentar mais uma chaleira). Pois não é que, no início do ano corrente, a minha bomba começou a me deixar na mão! Entupiu de vez. Em princípio desconfiei da erva-mate e troquei de marca. Continuou entupindo. Então cheguei à conclusão de que só poderia ser a minha bomba do PT. A minha primeira providência foi arrumar um aramezinho fino para tentar desobstruir a bomba. Não adiantou. Botei a bomba dentro de uma panela cheia d’água e deixei fervendo por mais de uma hora. Sem sucesso. Parti para a ignorância. Minha última tentativa: coloquei a minha bomba do PT dentro de uma tigela com Qboa e deixei em repouso por três dias. Cara! Você não imagina quanta sujeira saiu de dentro da bomba. Acho que tinha coisa acumulada de vinte e três anos atrás (risadinha sarcástica...). Teste final. Resultado: entupida. Me senti traído e, de certa forma, boicotado pela minha bomba do PT. A imagem do meu chimarrão foi seriamente abalada. Tive que desistir dela. Se alguém aí souber onde eu posso adquirir uma bomba do PSTU, me avisem. É urgente.



Qualquer semelhança não é mera coincidência.