sexta-feira, 4 de abril de 2003

Quero falar hoje de Franz Kafka. Na minha modesta opinião, o maior romancista do século XX. Há quatro anos atrás fiz uma das aquisições mais felizes da minha vida: A Metamorfose. Novela do escritor tcheco que se tornou a sua obra mais popular, sendo a minha preferida. Achei fantástico o modo claro e limpo de que se utiliza esse grande mestre da literatura universal em sua obra. Simplesmente devorei o livro. A partir de então comecei a admirá-lo mais a cada obra sua que lia. Hoje possuo todos os livros de Franz Kafka (meu pequeno tesouro) sendo que já li ao menos duas vezes cada um.

Kafka é Kafka e não há nada que se assemelhe. Seu estilo é fantástico. Direto, incisivo e perfeito. Supérfluos não há, salvo os indispensáveis. Um escritor completamente metafórico e surrealista que se apresenta totalmente indigesto para leitores comportados e apegados demais à lógica e à racionalidade. Expectativas que não se desfazem, situações impensadas e inimagináveis, em resumo, uma literatura absolutamente libertária. Essa é a tônica de sua obra. Para ler Kafka é indispensável despir-se de qualquer preconceito (ou pré-conceito) literário e se deixar mergulhar em um universo totalmente novo e absurdo, porém genial. Não espere uma historinha com princípio, meio e fim pois se decepcionará. Não espere regras hipócritas nem romances melosos. Não espere nada, apenas se deixe levar. Talvez você possa se sentir frustrado em algum momento, mas verá que esta frustração se dissipará com as reflexões e questionamentos que você fará a si mesmo sobre o que leu e, aí sim, reconhecerá o valor sublime da obra "kafkiana". As obras inacabadas de Kafka são pontos de interrogação que se perpetuam no tempo dando margem a diversas interpretações acerca das mesmas. Leia e arrepie-se.

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