Paulo Coelho, o Mago, na abertura da Feira do Livro de Frankfurt.
Além de semear seus livros a mancheia pelas livrarias dos cinco continentes, o imortal Paulo Coelho - o escritor vivo (e bota vivo nisso) mais traduzido do mundo -, a despeito dos ares de fidalguia que lhe confere o seu desconfortável fardão, vomita profusamente pérolas de inestimáveis valor e brilho. A mais recente conta, proferida em plena 60ª Feira Internacional do Livro de Frankfurt, surgiu sob a forma de pedante autodefinição:
"Sou o intelectual mais importante do Brasil. Ponto. Não precisa explicar."
Depois de lançar sua vaidade a patamares intergalácticos, dizer o que a respeito do patético autor? A bem da verdade, é sabido que arrogâncias de tais jaezes são muito próprias dos medíocres - vestem-lhes bem -, pois, mesmo que a intitulação fosse de todo justificável, seria, no mínimo, indelicado tal pavoneamento. Conformemo-nos, portanto, com a excessiva afetação dos medíocres. É-lhes questão vital de auto-afirmação.
Frente a tamanho despautério, permito-me a seguinte conclusão: para acreditar no que afirmou em relação a si mesmo (eu, particularmente, não creio que acredite), o Mago, seguramente, ou não lê o que escreve - e assim agindo, preserva inteligentemente a sua saúde mental -, ou lê somente o que escreve - jamais tendo saboreado sequer um conto de Machado ou um verso de Drummond.
A Academia Brasileira de Letras já abrigou um Bruxo (do Cosme Velho) que muito a orgulhou, hoje, tenta digerir um Mago que a desonra e deprecia.
"Sou o intelectual mais importante do Brasil. Ponto. Não precisa explicar."
Depois de lançar sua vaidade a patamares intergalácticos, dizer o que a respeito do patético autor? A bem da verdade, é sabido que arrogâncias de tais jaezes são muito próprias dos medíocres - vestem-lhes bem -, pois, mesmo que a intitulação fosse de todo justificável, seria, no mínimo, indelicado tal pavoneamento. Conformemo-nos, portanto, com a excessiva afetação dos medíocres. É-lhes questão vital de auto-afirmação.
Frente a tamanho despautério, permito-me a seguinte conclusão: para acreditar no que afirmou em relação a si mesmo (eu, particularmente, não creio que acredite), o Mago, seguramente, ou não lê o que escreve - e assim agindo, preserva inteligentemente a sua saúde mental -, ou lê somente o que escreve - jamais tendo saboreado sequer um conto de Machado ou um verso de Drummond.
A Academia Brasileira de Letras já abrigou um Bruxo (do Cosme Velho) que muito a orgulhou, hoje, tenta digerir um Mago que a desonra e deprecia.