De repente, virou-se ela
E lançou-me o desafio:
- Faz um poema pra mim?
Refaço-me e desconfio
Poema de encomenda?
Como assim?
Um poema que te recite
Que te acolha em seu estojo
Que te rime, te metrifique
Que redunde num verso novo?
Impossível! Tu já és verso
De amizade, de amor e cor
E fazer verso sobre outro verso
É desfazer o que já está pronto
Lindo, bem-acabado e ponto!
Sem o menor pudor
Poema de encomenda?
Não faço! Não preciso!
Pois basta que tu sorrias
Pra seres meu poema vivo.
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