domingo, 16 de junho de 2013

VÔMITO

Minha poesia é vômito. Não se vomita quando se quer, mas quando se tem necessidade de expelir algo que não cabe mais. Então eu vomito, em versos, minhas angústias, tristezas, desamores e temores, para que não me consumam por dentro. Assim, vou vomitando versos ácidos e malcheirosos, impregnados de significado e suco gástrico. Pouco vomito alegrias e prazeres; os raros de que desfruto não me provocam boas náuseas nem dão bons versos. Felicidade constante é algo severamente contraindicado aos poetas – estar de bem com a vida empobrece-os.