tag:blogger.com,1999:blog-3669879198147097509.post6864822831579263143..comments2023-09-02T13:09:23.811-03:00Comments on vil metáfora: A MULHER CHICO BUARQUELeonardo von Mühlenhttp://www.blogger.com/profile/03721511201324814857noreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-3669879198147097509.post-41200072988389407962015-02-21T15:30:40.995-02:002015-02-21T15:30:40.995-02:00O brigado pelo comentário, Fernanda. Apenas atente...O brigado pelo comentário, Fernanda. Apenas atentemos para o fato de que as composições referidas nesta postagem carregam a marca indelével de suas respectivas épocas. Observe:<br /><br />Em 1966 (!!!), Chico compõe, a pedido de Nara Leão, a canção Com Açúcar, Com Afeto, cujo mote “mulher submissa” foi sugerido pela própria cantora. Mais tarde, Chico viria a gravar a canção no segundo disco de sua carreira, em 1967. Convenhamos que, para a época, um homem compor e gravar uma canção na voz feminina já é um bocado revolucionário!<br /><br />Atrás da Porta é de 1972. Nela, a mulher submissa dá lugar à mulher que não aceita a separação, que luta – seja lá com que armas – pelo que quer. A mulher de 66 já não é mais a mesma de 72.<br /><br />Em Olhos nos Olhos, de 1976, a mulher, além de superar com muita maturidade e autossuficiência a separação, dá uma guinada esplêndida em sua vida, levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima. A mulher de Olhos nos Olhos é o protótipo da mulher do futuro. Alforriada, ela rejeita novos grilhões e é feliz à sua maneira, a despeito das convenções hipócritas que a sociedade de então a impunha.<br /><br />Por fim, em 1983, Chico compõe Mil Perdões. "Te perdoo por te trair" é o brado mais alto da libertação feminina. A opressão machista, nesta canção, recebeu a resposta merecida. A mulher desrespeitada se eleva e reage. Isso, em 1983!<br /><br />É óbvio que a mulher retratada nas canções acima não representa, de forma alguma, a mulher de 2015! Todas elas foram contextualizadas em suas respectivas épocas. Todavia, notem que a evolução das personagens femininas de Chico acompanha a cronologia de suas canções. E, mesmo inseridas, cada qual em seu cenário, havia um quê de feminismo em cada uma delas.<br />Leonardo von Mühlenhttps://www.blogger.com/profile/03721511201324814857noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3669879198147097509.post-45634163000449599102015-02-21T14:18:14.770-02:002015-02-21T14:18:14.770-02:00Parafraseando Simone de Beauvoir, ninguém nasce mu...Parafraseando Simone de Beauvoir, ninguém nasce mulher, torna-se mulher. <br />Essa figura feminina está ultrapassada. A mulher de hoje não quer mais viver em função do homem.<br />Eu e muitas mulheres não nos identificamos com essa submissão e com essa passividade exposta nas letras (sem dúvida, maravilhosas) de Chico Buarque. Elas nos incomodam, chegam a nos irritar! <br />Temos raiva desse sujeito mau-caráter, não o amamos mais. Queremos ser livres, independentes e felizes. Se for para estar ao lado de alguém, que esse relacionamento seja prazeroso.<br />Não queremos mais sofrer por amor desse jeito doentio, temos uma auto-estima maior do que a das nossas avós!<br />Aliás, os homens também sofrem por amor, e muito! Essa "alma feminina" na verdade não existe. O que existem são comportamentos que são aprendidos.<br />Chico é de fato um grande compositor, mas a mulher retratada nas suas canções não representa mais a mulher brasileira de 2015.Fernandahttp://www.fernandamlisboa.wordpress.comnoreply@blogger.com