sábado, 31 de maio de 2003

Escrever bem é uma arte. E, ao contrário do que muitos imaginam, a arte não resulta apenas de um dom (i)nato, mas também de muita transpiração conjuntamente à inspiração para, daí sim, cada um definir o seu próprio estilo. Escrever é fácil. Difícil mesmo é escrever com estilo (hei de um dia encontrar o meu...). Mas o que vem a ser estilo? Escrever com estilo, o que é? Termo este que já virou lugar-comum, frase-feita, bengala de escora para os pseudoletrados impressionarem sua platéia inculta.

Pois encontrei, nas palavras de Otto Maria Carpeaux (crítico e ensaísta austríaco, naturalizado brasileiro), a perfeita definição de estilo, no que tange à literatura. Observem:

"...estilo: escolha de palavras, escolha de construções sintáticas, escolha de ritmo dos fatos, escolha dos próprios fatos para conseguir uma composição perfeitamente pessoal (...) Estilo é a escolha entre o que deve ficar na página escrita e o que deve ser omitido; entre o que deve perecer e o que deve sobreviver."

Achei fantástica a definição. Salta-nos aos olhos de forma evidente, após ler tal definição, a infinita possibilidade de dizer a mesma coisa com palavras diferentes; com estilos diferentes. E é neste sutil detalhe que muitos perecem, poucos crescem e pouquíssimos se agigantam.

Tendo em mente o que é estilo, vou à cata do meu. Espero crescer, não a ponto de agigantar-me - minha pretensão não chega a tanto -, mas o bastante para não perecer. Talvez o meu estilo seja a total ausência de estilo, sei lá... Dia desses eu descubro e lhes conto.

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