domingo, 7 de setembro de 2003

Não existe pensamento único, existe, sim, pensamento hegemônico, que se apropria da verdade e dissemina a epidemia do senso-comum. E lá vamos nós, povo, baixar a cerviz e seguir ao pé da letra a cartilha que nos é "gentilmente oferecida". Há um sem-número de maneiras de pensar uma mesma questão; uma delas, inevitavelmente, tornar-se-á preponderante e ostentará o estandarte da verdade incontestável. Cabe a nós - radicais, graças a Deus - questioná-la e confrontá-la com a realidade, demonstrando que sua irrefutabilidade é mentirosa e cínica. A verdade não é una, é múltipla. O senso-comum é majoritário, mas deixa de sê-lo ao derrubarmos sua máscara e escancararmos a sua insustentabilidade. Revela então sua face vil e mentirosa. A verdade não é monopólio do senso-comum, mas encontra-se democraticamente distribuída nos mais variados pensamentos, divergentes entre si. Na síntese destes, ela repousa soberana.

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