segunda-feira, 10 de novembro de 2003

MEA-CULPA



Perdoa-me por ser assim

essencialmente ligado a mim,

tão identificado comigo,

tão divergente de ti,

que és tão igual a todos

que são diferentes de mim.



Pois te digo: em verdade, não ligo

nem um pouco pro que pensas.

Não te quero como inimigo,

tampouco serás meu amigo

- respeitemos aqui as diferenças -,

mas se fizer bem ao teu ser

mesquinho, maledicente, arrogante,

peço perdões e licenças

(suplico, sê tolerante)

por ser exatamente o que sou,

pra ser bem assim: discrepante

do teu modo vão de viver.



Perdoa-me por te agredir

o acaso de eu existir.

Diante desta inconveniência

cá estou a desculpas pedir,

não me custa.

Ofereço-te este
mea-culpa,

já que minha tola existência

te assusta!

Nenhum comentário: