MEA-CULPA
Perdoa-me por ser assim
essencialmente ligado a mim,
tão identificado comigo,
tão divergente de ti,
que és tão igual a todos
que são diferentes de mim.
Pois te digo: em verdade, não ligo
nem um pouco pro que pensas.
Não te quero como inimigo,
tampouco serás meu amigo
- respeitemos aqui as diferenças -,
mas se fizer bem ao teu ser
mesquinho, maledicente, arrogante,
peço perdões e licenças
(suplico, sê tolerante)
por ser exatamente o que sou,
pra ser bem assim: discrepante
do teu modo vão de viver.
Perdoa-me por te agredir
o acaso de eu existir.
Diante desta inconveniência
cá estou a desculpas pedir,
não me custa.
Ofereço-te este mea-culpa,
já que minha tola existência
te assusta!
Perdoa-me por ser assim
essencialmente ligado a mim,
tão identificado comigo,
tão divergente de ti,
que és tão igual a todos
que são diferentes de mim.
Pois te digo: em verdade, não ligo
nem um pouco pro que pensas.
Não te quero como inimigo,
tampouco serás meu amigo
- respeitemos aqui as diferenças -,
mas se fizer bem ao teu ser
mesquinho, maledicente, arrogante,
peço perdões e licenças
(suplico, sê tolerante)
por ser exatamente o que sou,
pra ser bem assim: discrepante
do teu modo vão de viver.
Perdoa-me por te agredir
o acaso de eu existir.
Diante desta inconveniência
cá estou a desculpas pedir,
não me custa.
Ofereço-te este mea-culpa,
já que minha tola existência
te assusta!
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