O "NOSSO" POETA
"O exercício da arte poética é sempre um esforço de auto-superação e, assim, o refinamento do estilo acaba trazendo a melhoria da alma."
Mário Quintana
O nosso querido e afável poeta Mário Quintana - infelizmente não mais conosco - deveria ser muito mais lido e discutido, sua obra deveria ser largamente difundida para, então, ser apreciada com todos os méritos a que faz jus. Além da ludicidade, da simplicidade genial, ela é farta de bom-humor. Tanto sua obra quanto suas tiradas espirituosas, das quais alguns jornalistas inconvenientes já foram vítimas. Entre elas, a resposta dada a um jornalista quando este o perguntara sobre o motivo pelo qual o poeta nunca havia se casado. A resposta veio de pronto:
"Está comprovado estatisticamente que existem muito mais viúvas do que viúvos."
Genial!! Apenas não posso garantir que o jornalista tenha entendido.
Quintana, tu te foste, pois, assim como todos aqui neste mundinho, não eras imortal - embora o tenha merecido ser -, mas tua obra não fenece. Ela é eterna no seu valor e na sua poesia.
"Recordo ainda... E nada mais me importa...
Aqueles dias de uma luz tão mansa
Que me deixavam, sempre, de lembrança,
Algum brinquedo novo à minha porta...
Mas veio um vento de desesperança
Soprando cinzas pela noite morta!
E eu pendurei na galharia torta
Todos os meus brinquedos de criança...
Estrada fora após segui... Mas, ai,
Embora idade e senso eu aparente,
Não vos iluda o velho que aqui vai:
Eu quero os meus brinquedos novamente!
Sou um pobre menino, acreditai...
Que envelheceu, um dia, de repente..."
Mário Quintana
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