domingo, 20 de março de 2005

O RETRATO DE DORIAN GREY

Encerro, neste exato instante, a deleitante leitura de mais um magnífico romance da literatura universal. O Retrato de Dorian Grey, de Oscar Wilde, é um romance sui generis - ao menos dessa forma o percebi. É uma obra fantástica em ambas as acepções do termo - fantasiosa e prodigiosa! -, que, ao meu ver, pode ser dividida em duas partes.

A primeira parte, uma espécie de longa e um tanto quanto enfadonha introdução, é quase um desestímulo à leitura de tão renomada obra, causando-nos estranhamento e desconfiança quanto à grandiosidade que lhe é atribuída. Mas faz-se absolutamente indispensável para a compreensão do todo que, admitamos, é genial e surpreendente.

Jaz na segunda metade do romance a razão de ser dos capítulos iniciais e a compreensão da magnitude da obra como um todo. Lê-se com uma avidez incalculável cada um dos seus surpreendentes e fascinantes capítulos, que chocam-nos e assustam-nos na medida em que progredimos na leitura.

O desfecho, que se mantém absolutamente impenetrável até as últimas páginas da obra, é de uma imprevisibilidade mórbida e aterrorizante, mas primorosa.

A fórmula é extremamente simples, mas abordada com maestria por Oscar Wilde: um jovem que, em troca de sua alma, desejou com todas as suas forças não sofrer os efeitos do tempo e, surpreendentemente, teve o seu pedido atendido. Conseqüências? As mais horrendas possíveis. Leiam! Apenas peço-lhes que não esmoreçam, tampouco desistam da leitura, antes da primeira metade desta magnífica história. Verão que vale a pena.

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