segunda-feira, 30 de janeiro de 2006

CANÇÕES E MOMENTOS

Não raro, dirijo-me à minha prateleira (que, conforme acepção primária do verbete, deveria conter apenas pratos, mas...) de CD’s e resgato do mais absoluto esquecimento alguma pérola musical há muito não escutada. Espanta-me o reencontro, e tal espanto apenas vem a confirmar a minha teoria de que a arte como objeto, nas suas mais diversas manifestações, complementa-se, incontestavelmente, no seu sujeito. E este, por sua vez, é diverso de si mesmo nos seus infindáveis momentos e inumeráveis estados de espírito. Tão-somente isso explica a surpresa pela (re)descoberta quase casual desta belíssima canção, já exaustivamente escutada noutros momentos, mas que agora me tocou de modo único e incomum. O momento é outro e, neste momento, eu, da mesma forma, já não sou mais o mesmo de outrora. Ei-la:

CAMPO MINADO (
ouça na Rádio Terra)
Mário Maranhão, Mário Marcos e Maxcilliano

Já andei por tantas terras
Já venci mil guerras
Já levei porradas, dominei meu medo
Já cavei trincheiras no meu coração
Descobri nos pesadelos sonhos mutilados
E acordei no meio de anjos cansados
De serem usados pela solidão
Ah! Meu coração é um campo minado
Muito cuidado ele pode explodir
E se depois de tão dilacerado
For desarmado por quem há de vir
Alguém que queira compensar a dor
Plantar o sonho e ver nascer a flor
Alguém que queira então me residir
E explodir meu coração de amor

P. S.: a interpretação emocionante de Jessé confere brilho único à canção.

Nenhum comentário: