quarta-feira, 21 de junho de 2006

ASAS

Sim, desejava asas
Desejava? Desejo!
E não para voar
A possibilidade de alçar vôos fantásticos e inimagináveis é mero acessório

[nesta quimera
A ambição de Ícaro só faria desmerecer a razão deste devaneio
Desejo asas, mas não anseio voar
Desejo asas, sim, para envolver-te com elas
E aquecer-te nos invernos da alma
Proteger-te das intempéries da vida
Dos gélidos sopros advindos de cordilheiras insanas
Das precipitações ácidas oriundas de falsos prantos
Desejo asas para bem te acolher sob sua plumagem
E, da plumagem, fazer o anteparo de resguardo do nosso amor
E preservando-te, preservar-nos
E, por fim, finda a procelosa turbação
Talvez voarmos para o nunca, se assim nos aprouver.

- Em certos momentos, chego a crer que as tenho -

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