sábado, 19 de maio de 2007

SERVIDOR OU SERVIÇAL?

13 de maio de 1979: Lula e seus colegas metalúrgicos curtindo suas merecidas "férias".


Há alguns anos, lembro-me como se hoje fosse, um globalizado chefe de governo, cuja infinidade de diplomas jamais encontrou parede que os acomodassem confortavelmente, pariu uma das mais célebres pérolas da política nacional ao chamar os aposentados da nação de vagabundos. Enoja-me, até hoje, pronunciar sua ignóbil graça, portanto, providencialmente, silencio-me.

Pois não é que o nosso simpático atual imperador de segundo reinado – ex-esquerdista, ex-comunista, ex-socialista, ex-grevista, mas que jamais abriu mão de seu inestimável título de torneiro mecânico – vomitou pérola de maior brilho ao afirmar que greve com mais de trinta dias de duração é férias!

O maior incitador de paralisações que o país já conheceu, o grande articulador de movimentos reivindicatório justos e necessários para o bem-estar do trabalhador e para a saúde da democracia, o operário que reinventou o movimento grevista, estranhamente, quer novamente reinventá-lo, impondo-lhe, com ironias maledicentes, ares de vadiagem!

E a nós, os mais revoltados com o cenário kafkiano que se nos apresenta, resta-nos o amargo arrependimento de termos dados inúmeros votos – de confiança e nas urnas – a um molusco sem dedo e sem caráter!

A bem da verdade, há que se fazer justiça com o supra-citado protagonista do imbróglio todo: em que pese suas incoerentes idiossincrasias, jamais poderá sua excelência mandar que esqueçamos o que escreveu, dada a sua limitada e quase inexistente capacidade gramático-ortográfica.

Tolhem-nos, despoticamente, um direito constitucional, pois, sob o pretexto de regulamentá-lo, em verdade, negam-nos a possibilidade de exercê-lo, via maquiavelismos legais. Em se aprovando tais absurdos, rebaixar-se-á o servidor à indigna e submissa condição de serviçal.

Regina Duarte e Beatriz Segal, por favor, acudam-me, pois hoje sou eu quem está com medo. Ou melhor, apavorado!

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