quarta-feira, 8 de agosto de 2007

O PRANTO DO ARTISTA

Quando pinto em vivas cores
A alegria que não há
Vivas, mesmo, são as dores
Que me obrigam a pintar

Assim choram os pintores
No seu triste pincelar
Onde as lágrimas são flores
Sobre a tela, a sangrar

E se, porventura, fores
Minha obra apreciar
Relembrando teus amores

Há que se também lembrar
Quantas mágoas, dissabores
Compeliram-me a pintar.

Este é o poema torto que encerra aquele livreto exibido, logo abaixo. Trata-se de um soneto em em redondilhas maiores (versos de sete sílabas poéticas), rimas ABAB-ABAB-ABA-BAB, de rígida métrica e forma clássica. Escrevi-o trajando uma apropriada camisa-de-força e um belo par de algemas!

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