terça-feira, 7 de outubro de 2008

DIREITO DE RESPOSTA


À esquerda, a imagem capturada do comentário a respeito do post anterior - sob o título de ELEIÇÕES -, em virtude do qual concedi-me direito de resposta.


A RESPOSTA:

Alto lá, açodado comentarista! Contém tua ira e modera tua soberba! Tua crítica, intolerante e incisiva - e impregnada de ironias enxovalhantes -, denuncia, da tua parte, uma interpretação deveras simplista e preconceituosa acerca do meu voto. Percebo que o contraditório não te é caro, mas dou a cara a tapa e não fujo do debate.

Primeiramente, anulei por ser-me negada a possibilidade de não votar, o que seria mais condizente com um regime político que se autoproclama democrático. A democracia plena deveria prever a possibilidade de se abrir mão de um direito, sempre que nos conviesse. A obrigatoriedade do voto, ao meu ver, é um inexplicável contra-senso, mas que, certamente, deve servir muito bem a propósitos escusos que ignoramos, mas de cuja existência desconfiamos. Conquistamos, a duras penas, um direito, e impuseram-nos mais um dever.

Em segundo lugar, não abri mão de escolha alguma. Minha escolha, sopesada e ponderada a exaustão, foi pela anulação do meu voto. Como bem disseste, é um direito que me assiste. E não se trata, aqui, de um infantil e inócuo voto de protesto, mas tão-somente de uma escolha de alguém que já está farto de tentar, em vão, detectar, de forma quase cirúrgica, o menos ruim entre os ruins e descobrir-se ludibriado, posto que o suposto menos ruim não raro revela-se tão ruim quanto os piores.

Três: enfadonho é votar "a meio pau", é escolher sem convicção, é votar por inércia. A convicção do meu não-voto, garanto-te e te desafio a que me convenças do contrário, foi infinitamente mais consistente do que os sufrágios vacilantes de muitos eleitores pseudoconscientes. Rompi com a inércia do voto útil para votar verdadeiramente consciente.

Em quarto lugar, recuso-me a votar sob a clássica e batida alegação de "falta de opção". Esta pueril justificativa não me convence, portanto, abstive-me. Não compactuei com o verdadeiro despropósito eleitoral que é votar por inércia. Deixei que assim o fizessem os demais eleitores, que ainda acreditam, ingenuamente, nesta politicalha endêmica que se alastra silenciosamente como um câncer pelas entranhas dos nossos poderes.

Por fim, não sei se sou demasiadamente cético ou apenas realista, nem se és, prezado missivista virtual, ingênuo ou otimista em excesso, mas a classe política, aos olhos deste que cá rabisca vez por outra, há muito deixou de merecer consideração ou respeito - com raríssimas exceções, admito.

A tempo: caríssimo, meu voto é tão valioso quanto o teu, portanto, não o diminuas com tuas cáusticas ironias.

5 comentários:

Anonymous disse...

Parabéns! Se pudesse, teria feito o mesmo! Não o fiz, por comodidade!

Guria disse...

He He He Olha só o que eu achei:

"Entrei hoje no Rissul para comprar cerveja e não me arrependi. Tinha Bohêmia em promoção!!! Só R$ 11,88 a caixa com doze latinhas. Comprei logo duas caixas da melhor cerveja que existe."

Ainda bem que a gente evolue! Na escrita, no conteúdo e, principalmente, no paladar!!!

Não pude deixar passar em branco! Beijos, meu barrigudo!

Anonymous disse...

Nós evolÍmos e não evoluemos. Beijo mana do meu coração! E beijo pras minhas meninas! Preparem uma bela carne e muito suco de melancia ou melão pro churrasco da casa nova.

Anonymous disse...

Pois vejam...Depois de alguns anos percebi que sou um idiota.Ainda é tempo de recuperar.
Li e reli os posts acima e não entendi nem cheguei a nada; Apenas vi duas pessoas inteligentes duelando palavras.
Estou ultrapassado mesmo.
Abraço aos protagonistas.

Xuxa; hehe

Sergio disse...

A ironia é uma dádiva da vanguarda