sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

ANTIPOETA

Não sei por que escrevo
Sinceramente, nem gosto tanto assim de fazê-lo...
Escrever dói, cansa, agride por dentro
Faz refletir, e o que vemos, invariavelmente, não nos agrada
O que realmente me fascina neste solitário ofício é o seu fim!
Seu derradeiro momento, seu adeus - ainda que temporário
Ah... Concluir um escrito! É o êxtase infinito!
Relê-lo tão-logo o tenha terminado
E não realizar reparo algum, posto que desnecessário!
Pronto, completo e acabado
Palavra por palavra, verso por verso, ponto final
Finda a tortura
É hora do gozo - não o de escrever!
Mas o de não ter mais de escrever por algum tempo
Neste ínterim entre um e outro escrito jaz o meu prazer de escrever.

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