terça-feira, 19 de outubro de 2010

SOBRE CHICOS E DILMAS

Ato organizado por artistas e intelectuais em apoio à candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, realizado na noite de segunda-feira (18) no Rio de Janeiro.


Sou fã incondicional do artista Chico Buarque. Ponto. In-con-di-cio-nal!

Tanto que, esta, ao meu ver equivocada, manifestação de apoio à Dilma (leia-se, PT, mancomunado com o famigerado PMDB, do não menos famigerado José Sarney - isso tudo em nome da governabilidade), não faz esmaecer nem fração da minha – arrisco ser sincero – idolatria. Mas, Chico, já tá mais do que na hora de ser coerente. O PT de hoje nada guardou do PT dos tempos passados - do saudoso e idealista PT de 89, por exemplo. O Partido dos Trabalhadores, hoje, é uma associação de centro-direita que dá seus resvalões na esquerda, esporadicamente. A referida agremiação "trabalhista" ostenta, ainda, o signo trabalho tão-somente em sua contraditória sigla, não mais em suas (im)posturas e atos. É uma incongruência absurda. Caberia, com muito mais justeza, em vez do desconfortável T, um providencial e condizente MF. PMF, Partido do Mercado Financeiro. O trabalhador está órfão e o banqueiro, muito bem acolhido por pai (Lula) e mãe (Dilma).

Pô, Chico (certo que ele vai ler este post, né!?), o esquerdismo não carece de canoa. O esquerdismo é o remador. A canoa do PT furou - e afundou. Rememos, então, noutras pirogas*! Sempre pra esquerda.

Nota: não pensem que passou pela minha cabeça, em algum momento, que o compositor/escritor devesse manifestar apoio ou simpatia à candidatura serrista. Como já mencionei anteriormente, sou PSTU - a esquerda em estado puro. Serra e PSDB, jamais! Pois até mesmo a incondicionabilidade da minha admiração depararia, então, com seus limites.

*Glossário (providencial!!)
Piroga (regionalismo): embarcação indígena a remo, cavada a fogo em tronco de árvore

2 comentários:

Anônimo disse...

nado...
...concordo contigo... adoro o chico compositor que não tem nada a haver com o chico político... não sei escrever bonito que nem tu...porém o que sonhamos é utopia... ainda...talvez daqui a algumas centenas de anos la chegaremos... e tenho certeza que la estaremos...educação....
educação....
educação....

Sergio Amorim disse...

Chico Buarque, Oscar Niemeyer, Frei Betto, Celso Antônio Bandeira de Mello, Marilena Chaui, Leonardo Boff, Jorge Furtado, Márcio Thomaz Bastos, Nei Lisboa, Ziraldo, Gilberto Gil, Leci Brandão, Alceu Valença, Paulo Betti, Antonio Cândido, Alfredo Bosi, Fábio Konder Comparato e tantos outros brasileiros e brasileiras, estamos com Dilma, 13. O Chico tomou partido porque estavam em jogo duas propostas. Ele não optou pela proposta ideal, mas pela melhor delas. A pureza política, quando existe, não leva senão à vã utopia e ao nada concreto. De que serve acreditar porder se auto-intitular da "esquerda pura" e não conseguir, com isso, mudar a vida de ninguém com siua atuação política. Uma vida politicamente pura, e vazia em realizações práticas. O Chico não é homem só de palavras, mas de ações também. e ação, na política, é aceitar a convivência discordante, pois isso é indispensável para as realizações. O último pensamento político que se quiz puro e hegemônico, decaiu com a 2a guerra, e hoje sua apologia até crime é.