quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

TRISTE?

Triste? Triste mesmo é prejulgar, é proferir sentença sem a adequada fundamentação. Triste é preconceituar, é definir de antemão o que é certo e errado, como se o seu Deus assim lhe houvesse permitido (talvez o tenha feito. Sei lá eu...). Triste é condenar à revelia. Triste é outorgar-se a si mesmo plenos poderes para decretar veredictos definitivos - embora vazios e autoritários - sem a mínima qualificação para fazê-lo. Triste é presumir baseado em versões unilaterais e sem qualquer conhecimento de causa. Triste é meter a colher no angu alheio e maldizer os caroços, que não lhe dizem o menor respeito. Triste, muito triste, é cativar sem correr o menor risco de ter de assumir responsabilidades e achar isso o máximo. Triste é desaprovar quem não cativa ignorando as suas razões e circunstâncias. Triste é não ter a menor noção de responsabilidade e, mesmo assim, prescrevê-la aos outros. Triste é acreditar ingênua e presunçosamente que tais posturas contribuem para melhorar a vida de alguém. Triste é crer-se legítimo detentor de alguma espécie de salvo-conduto para assim proceder. Triste é arrotar merda e sentir perfume de rosas.

Agora, digo-lhes: triste mesmo é ser, gratuitamente, vítima de tudo isso.

A despeito do sorriso que eu, acidentalmente, possa-lhe dirigir, estou irremediavelmente triste.

3 comentários:

Cris Pandolfo disse...

Uau profundo, chocante, verdadeiro...cada dia me surpreendo mais com teu talento de conseguir expressar em palavras o q vai no fundo d´alma...

Anônimo disse...

lugarzinho comum, como sempre.

Anônimo disse...

fazer-se de coitadinho/vítima faz parte da tristeza?