quinta-feira, 25 de abril de 2013

O MONSTRO

Chamam-me monstro
Porque envergo e não quebro
Mas sofro
E reajo - não perdoo
Quando dói, eu grito
Se magoa, eu choro
Na ofensa, eu morro

Sou um monstro esquisito
Não violento
Sou violentado
E, mesmo débil, alquebrado
Reajo e me defendo
E por mostro sou havido
Por quem de mim mais sabe
E o meu chão se abre!

Sou um monstro assustador
Eis que sangro escondido
E reajo, e agrido
Mordo, ataco e causo dor
Pra aplacar a minha dor
Até que passe
E ela não passa...

Sou o monstro homem
Uma ameaça acuada
Não dou nunca a outra face
Esta dói já dolorida
E a outra é ferida aberta
Gangrena mal assistida
Podre e fedida

Minha vida
Somos eu e minha sina
De ser monstro
Num atroz conto de fadas
Onde a fada é o monstro
E o monstro não é nada.

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