E por falar em rótulos, tacaram uma etiqueta de MACHISTA na cara de um
poema meu. Causou-me espanto, e até mesmo tristeza, essa
(des)qualificação, pois não me percebo machista – ao contrário, abomino
qualquer tipo de preconceito ou discriminação – e não gostaria jamais de parir
versos com tal viés, nem por equívoco, nem em pesadelos! Mas, lendo e relendo
meticulosamente o dito poema, interpretando-o sob tantas várias óticas quanto
pude, confesso, não lhe consegui extrair nem uma entrelinha machista sequer!
Fico pasmo! Estou ficando cego e caduco? Será que o machismo me está tão entranhado
que não consigo nota-lo? Sei lá. Talvez uma linha literária assexuada seja a
medida mais acertada e segura para não ser rotulado de machista, ou feminista, ou
misógino, ou homofóbico...
Em tempo: o poema de que falo é este cá embaixo. Minha
ideia-mater era demonstrar, pela via lírica, que o homem pode chorar despudoradamente
sem que isso o torne um fraco ou covarde. E que a mulher, por sua sensibilidade
e força, tem papel fundamental na condução deste processo de “libertação”
masculina – o que não a diminui, mas a dignifica. Era pra ser uma sincera homenagem
a todas as mulheres – amantes, mães, filhas, irmãs, amigas... Mas, se minhas
mesuras as estão ofendendo, serviriam minhas grossuras como prova da igualdade
reclamada? Não creio.
Mães, comecem já! Digam aos seus filhos que HOMEM QUE É
HOMEM CHORA.
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