Um passarinho me contou que tu me amas A brisa trouxe até mim o teu perfume
A lua segredou-me que reclamas
Minha presença, que em tua vida fora o cume
O céu nublado pingou-me a lágrima apaixonada
Que brotou espontânea, lânguida e cálida
E a poça se formou, espelho d'água
E refletiu tua face, tanto rubra quanto pálida
A natureza interveio e deu o recado
Com seus sinais sentenciou: - Cumpra-se!
Junta-te, presente, ao passado
A natureza e seu veredicto pronunciado
Mais do que testemunha, é cúmplice
De um amor tão imenso que chega a ser pecado.
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