domingo, 27 de julho de 2003

Quanto mais eu leio os demais autores, mais eu admiro Franz Kafka. E quanto mais eu leio Franz Kafka - e sobre Franz Kafka - mais eu o reverencio. Acabo de ler um pequeno comentário tecido por Ernesto Sabato, na sua mais recente obra O Escritor e Seus Fantasmas, sobre a suposta "objetividade" desse magistral escritor Tcheco em contraste com a sua real e implícita subjetividade. O objetivo limita e oprime, o subjetivo liberta e poetiza tudo e a todos, inclusive o próprio objetivismo. Kafka, na sua genialidade, subjetivou o objetivismo. Eis o pequeno (no tamanho, mas imenso na sabedoria) comentário:

A "OBJETIVIDADE" DE KAFKA

Valeria a pena examinar esse fenômeno em que uma espécie de fria objetividade expressiva, que por momentos lembra o informe científico, é, no entanto, a revelação de um subjetivismo tão extremado quanto o dos sonhos. Outro contraste eficaz: ele descreve seu mundo irracional e tenebroso com uma linguagem coerente e nítida.

Ernesto Sabato

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