quarta-feira, 23 de fevereiro de 2005

KAFKA, NOVAMENTE!

O romance que nos traz respostas fáceis jamais será um grande romance. O romance que nos tortura, suscitando-nos dúvidas e questionamentos infernais, este sim, é digno de leituras e releituras à exaustão.

É por isso que eu chego a implorar a todo amante da boa literatura para que leia - e releia - Kafka. O romance kafkiano é um eterno enigma a ser desvendado e, paulatinamente, na medida em que o vamos compreendendo, distanciamo-nos mais ainda de sua inatingível elucidação. E é precisamente nisso que reside a intrigante genialidade deste grande artista do século XX. É único, insubstituível e indispensável. É, simplesmente, kafkiano.

Mas tomem muito cuidado ao aventurarem-se a ler Kafka pela primeira vez! O primeiro contato pode ser traiçoeiro e enganador. Vejam o que disse Jorge Luís Borges, grande escritor argentino, sobre o seu primeiro contato com a obra do escritor tcheco:

"Conheci a obra de Franz Kafka em 1917 e agora confesso que fui indigno da obra de Franz Kafka. (...) Recordo que li uma fábula sua, escrita de maneira simples, e me pareceu incompreensível sua publicação. Passei frente à revelação e não a percebi. Também devo confessar que aderia plenamente a este estilo barroco e que buscava imitá-lo. Mais tarde seus livros chegaram às minhas mãos e então me dei conta da minha insensibilidade e do meu erro imperdoável."

Um comentário:

Anonymous disse...

Um grande amante de Kafka!! Parabens, apenas algumas pessoas sao inteligentes e sensiveis o bastante para compreender Kafka.