sábado, 23 de julho de 2005

PLÁGIO I

Pequeno Poema Didático*
Mário Quintana

OUÇA (Interpretação livre de Antônio Abujamra)

O tempo é indivisível. Dize,
Qual o sentido do calendário?
Tombam as folhas, mas fica a árvore,

Contra o vento incerto e vário.

A vida é indivisível. Mesmo
A que se julga mais dispersa
E pertence a um eterno diálogo
A mais inconseqüente conversa.

Todos os poemas são um mesmo poema,
Todos os porres são o mesmo porre,
Não é de uma vez que se morre...

Todas as horas são extremas!

Sobre o autor:
Mário Quintana (1906 - 1994) nasceu em Alegrete - RS.
Pertencente à segunda geração do Modernismo, é chamado de poeta das coisas simples, despreocupado com a crítica. Em suas poesias percebe-se bom-humor e coloquialismo.
Foi um grande tradutor.

*Surrupiado amigavelmente do site Provocações. Uma molecagem lúdica.

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