sábado, 5 de novembro de 2005

CHOVI

Achegaram-se vagarosamente por sobre meus olhos negras nuvens densas, carregadas de lágrimas.
Fez-se iminente a precipitação.
E a inevitável chuva explodiu diante do meu rosto desfigurado pela dor.
E a insuportável dor explodiu diante do meu rosto encharcado de lágrimas.
O pranto torrencial – e providencial – lavou as ruas, calçadas, telhados e terraços de minh'alma, purificando-os (a chuva, sob as mais inusitadas formas, possui esta divina propriedade).
E após o fenômeno o sol brilhou novamente.
Intenso, acolhedor, revigorante.
E meus olhos, ainda levemente umedecidos, avistaram o arco-íris.
Sorri.

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