domingo, 13 de novembro de 2005

O DÉSPOTA INVISÍVEL

Há muito que não vivemos naturalmente o nosso próprio tempo, mas sim a artificialidade do tempo frio dos relógios e calendários. Somos violentados diariamente pela imposição autoritária, à qual nos submetemos sem esboçarmos reação, de um tempo coisificado - mecânico (das engrenagens do velho relógio de parede) ou digital (escravidão pós-moderna) - que nós mesmos criamos. Passamos de criadores a criação. Tornamo-nos reféns de algo concebido tão-somente para nos servir, a que, hoje, resignadamente, servimos. O tempo nos faz, forma-nos, dá-nos, toma-nos. O tempo é o nosso senhor e sempre nos faltará.

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