quarta-feira, 22 de março de 2006

BOEMIA

A noite, esta lânguida e indecifrável dama, solta seus longos cabelos negros e fragrantes, embriagando-me e fazendo deste incorrigível boêmio o seu mais precioso brinquedo. Por fim, ao cabo de longas e embriagadas horas, quando já exaurida de folias e devassidão, ata por sobre a nuca suas madeixas e, num movimento sinuoso de seu talhe, joga-me numa sarjeta qualquer, aos cuidados abrasivos do dia. Vai-se a divina dama, com promessas críveis de retorno. Fica o poeta, aguardando apreensivo a volta de sua musa inspiradora.

3 comentários:

Anonymous disse...

... e deixa seus longos cabelos negros espalhados pela casa!

Anonymous disse...

O tênue laço que os alia, por vezes, figura desatar-se.
A lânguida, indecifrável e divina dama distende-se para crer que, tais versos, não passam de devaneios de seu poeta.
Oscila entre júbilo e melancolia no ensaio malogrado de desvendar seus termos.
Teme que as longas e embriagadas horas confinem-se a folias e devassidão, que seu poeta não recorde de que sua musa primazia afeto, carinho, cumplicidade, e que portou consigo – tais valores - quando confiou-se sólida a ti, boêmio.

Anonymous disse...

putz! 10 dias longe e tu, nada...
atualiza, guri!