quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

O GATO NA JANELA

O gato, imóvel no vão da janela
Parece até fazer parte dela
Com seu olhar astuto
Num defenestra-não-defenestra arguto
Contempla um mundo largo e comprido
Desdenhando o claustro interior
Do qual, então, faço parte
Silente observador
De um gato obra de arte
Pintado na tela da minha janela.

Suas idiossincrasias felinas são, para mim, ininteligíveis
Mas ouso pensar que deva estar pensando:
"Que faz esse abobado, ali, parado e me olhando?"

Da cabeça dos poetas brotam possibilidades incríveis...

Nenhum comentário: