sexta-feira, 14 de março de 2008

ESTUPIDAMENTE GELADAS!

Na qualidade de exigente e experimentado degustador de cerveja, elaborei, baseado no meu apurado paladar, um elucidativo ranking desta sublime bebida. Após inumeráveis - e inomináveis - porres, comportadas degustações e ingestões socialmente aceitáveis, considero-me, hoje, plenamente capacitado a decretar o veredicto que se segue.

Todas as marcas que compõe este delicioso e estupidamente gelado ranking são facilmente encontradas em qualquer boteco, supermercado ou loja de conveniência, e estão entre as mais vendidas no Brasil.

Em primeiríssimo lugar, e por muito pouco não sendo içada à condição de hors-concours, a cerveja cuja qualidade, contrariamente a tantas outras (vide Bohemia), o tempo não aplacou: Kaiser Gold (5,4% de graduação alcoólica). Seu sabor é incomparável, marcante e sutilmente agressivo. Vem mantendo há anos a sua superioridade em relação às demais. É uma cerveja para refinados apreciadores.

Em segundo lugar, outra cerveja encorpada e de elevada graduação alcoólica (5,5%): Brahma Extra. Pouca publicidade com qualidade e sabor em abundância, tal como a Kaiser Gold. Indubitavelmente, uma cerveja extra-classe!

O bronze fica com aquela que vem sendo propagandeada à exaustão como a única cerveja puro malte do Brasil: Bavária Premium (4,8%). A exemplo da campeã, também é produzida pela Kaiser. Personalíssima. Destaca-se, inegavelmente, no paladar o sabor do malte. Curiosamente, este primor de cerveja pode ser adquirido a preços quase vis, se comparados à sua qualidade. Tenho-a encontrado a preços menores do que os das demais aqui ranquedas.

Neste ponto deste despretensioso rol, caros leitores e degustadores, abre-se, na minha modesta opinião, o indelével abismo. As cinco marcas que dão seqüência à relação não passam de meras coadjuvantes, porém, são as mais comercializadas. Aceitáveis, no entanto, não-degustáveis. Sucumbem a uma apreciação mais criteriosa, onde o sabor e a identidade são imprescindíveis. Estão muito aquém das já referidas.

O quarto lugar é reservado às ditas “cervejas de festa”, todas da Ambev, assim como a vice-campeã Brahma Extra. Propícias a serem consumidas em larga escala, por um sem-número de beberrões indulgentes, e que, apesar de insossas, sempre pedem mais uma saideira. Longe, muito longe do podium, um enfadonho empate na quarta colocação entre Antarctica (4,9%), Brahma (4,8%), Polar (5,07%), - à qual, dentre as coadjuvantes, procuro, invariavelmente, dar preferência, pois “é daqui” -, Skol (4,7%) e aquela que já foi, um dia, uma das melhores cervejas do país, e que até hoje ainda colhe os louros da qualidade que outrora exibiu e de uma marca sempre muito bem trabalhada, a Bohemia (5,07%). O caso da Bohemia é sui-generis, pois ela, hoje, não passa de uma cervejinha comum, mediana, mas o preço, normalmente, é superior até mesmo ao da Kaiser Gold!

Depois disso, temos as famigeradas Kaiser (4,5%), Bavária Pilsen (4,6%) e Nova Schin (4,7%), cuja eficácia na constrangedora tarefa de repelir visitantes indesejáveis é indiscutível, sobretudo se servidas estupidamente mornas. Amiúde, muito utilizadas também para temperar carnes.

Aprecie com moderação…

…e com uma calabresinha, com uma batatinha frita, um torresminho…

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