sábado, 4 de dezembro de 2010

A VIDA É DOCE


Jamais poderia imaginar que, um dia, iria tirar tempo - por ínfimo que fosse - para tecer qualquer espécie de loa ao cantor e compositor Lobão. Eu até que nutria alguma simpatia pelo desbocado e obsceno cidadão Lobão que, vez por outra, soltava o verbo em rede nacional - quando, inadvertidamente, davam-lhe voz -, mas o artista Lobão fora-me sempre indiferente. O próprio gênero musical que marcadamente o consagrou nunca fora de minha predileção, o rock-'n'-roll. Destarte (sempre quis usar este advérbio!), ignorava-o solenemente.

Mas (bendito mas, sempre possibilitando providenciais arrependimentos!), eis que surge, para mim, algo incomum em se tratando de Lobão: A Vida é Doce. Sinceramente, A Vida é Doce não é Lobão. Ou, senão, todo o resto não o é. Refiro-me ao álbum, cujo ápice é a canção homônima (ouçam-na, ali em cima, à direita, no ESCUTA ESSA!).

A Vida é Doce (o álbum) é um deleite do início ao fim. É, na minha humilde e desqualificada opinião, uma obra densa e completa, cuja audição, por mais recorrente (tenho-na escutado quase que diariamente), ainda rouba-me o ar. Não sou crítico musical, tampouco tenho a pretensão de sê-lo, portanto, poupar-lhes-ei dos aspectos técnicos, até porque os desconheço. Peço-lhes que ouçam a faixa que lhes disponibilizo no ESCUTA ESSA! e tirem suas próprias conclusões. Ouçam-na várias vezes e notem que, ao cabo de tudo, resta-nos uma puta vontade de pedir perdão: ME PERDOA, ME PERDOA, ME PERDOA... Assim mesmo, com a colocação pronominal desfigurada pela licença poética - lindamente desfigurada.

Me perdoa a expressão pré-fabricada, mas é que eu não sabia que a vida era tão doce.

Em tempo: a feliz indicação de A Vida é Doce foi do Luciano, colega de trabalho, de não-trabalho e, em venturosas oportunidades, de copo.

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