sábado, 15 de janeiro de 2011

ESCRITOS QUE NÃO ESCREVI

Toda vez que penso em escrever algo, padeço de um híbrido de medo e vergonha de fazê-lo. Não que meus escritos envergonhem-me perante meus episódicos leitores. Longe disso. Meus benevolentes leitores até que gostam - ou mentem-me que gostam - dos meus rabiscos. A censura que se me impõe é interna, é de mim para mim mesmo. Sinto medo de dar à luz uma criatura que me desagrade, que não me satisfaça a contento, que não me envaideça como presumi que o faria. Apavora-me a possibilidade de o resultado não ser digno do previamente idealizado. E se isso ocorre, envergonho-me profundamente.

Então, privo-me de escrever. Covarde, elimino a possibilidade da derrota, refugiando-me na impossibilidade do êxito.

Os escritos que não escrevi ocupariam laudas e laudas, em fonte minúscula. Mas não o fazem. Apenas coroam, de forma patética, minha vergonha e meu medo - e minha covardia!

As linhas que ora lês seriam mais um escrito que eu não escreveria, mas... fodam-se! Escrevi! E não estou envergonhado.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ufa! ainda bem que voltaste!