sábado, 7 de maio de 2011

ANTIASSUNTOS

Amanheci o sábado com uma irrefreável vontade de rabiscar algo. Mas o quê?

Poderia, como tantos o fazem, discorrer um pouco sobre religião - o ópio do povo, já asseverou Marx -, todavia, não sou dado aos sectarismos e dogmatismos que permeiam todas as confissões religiosas vigentes. Não sou partidário de religião alguma, portanto, fujo do tema tal qual o diabo, da cruz (sem interpretações literais, por favor). Ademais, encher lingüiça em nome de Deus deve ser um puta sacrilégio. Tô fora!

Futebol? Aí estaríamos transpondo o campo das superficialidades e adentrando ao profundo abismo das frivolidades. Não que eu negue a minha infeliz e trágica condição de gremista que acompanha os jogos do seu clube pela TV e pelo rádio. Admito, gosto de futebol, mas não o considero mais do que um doce entretenimento, diferentemente dos idólatras que dedicam seus domingos à deusa bola e seus asseclas, que ascendem sob a égide do euro e da ignorância. Aprazível, de fato, mas estéril. Futebol, para mim, jamais foi algo mais do que um desligamento temporário dos motores. São noventa minutos de total renúncia cognitiva em que se procede a um providencial zeramento da memória, gritam-se alguns palavrões inadmissíveis e bebem-se algumas cervejas. Agora, fazer do consagrado esporte bretão tema de postagem cá no [b], seria, na minha escala de valores, elevá-lo a um patamar absolutamente imerecido.

Então, como todos podem ver, optei por não escrever sobre religião nem futebol. E ao fazê-lo, escapuliu-me, subitamente, a outrora irrefreável vontade de rabiscar algo. Daí, calei-me.

Um comentário:

Sergio Amorim disse...

Fechamos totalmente, cá nesse ponto. Abordagem certeira e sensata.