Vê que sorriso!
Preto, pobre e sem dentes
Quase só caninos e sisos
Sorriso que me cativa
E me comove pra caralho!
Um sorriso que sofre, chora e gargalha
Para um mundo melancólico e sisudo
Que lhe sonega quase tudo
Menos o direito de arreganhar-se
Da vida
Preta, pobre e sem dentes
Tal sorriso é a humilde maloca
Do mais gentil anfitrião
E a falta dos dentes, vê-se da rua
Não é mais que a porta da frente
Escancarada e convidativa
A sussurrar suavemente
Entra! A casa é tua!
Preto, pobre e sem dentes
Sorriso que me cativa
Assim, franco e desavergonhado
De sorrir só com as gengivas.
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