domingo, 2 de novembro de 2014

ESSA NOITE EU DORMI COM CAPITU

Minha companheira de já dez anos viajou e eu não resisti: dormi com Capitu. Ainda que ela, antes de sair, tenha-me feito prometer que isso jamais tornaria a acontecer (sim, já dormimos juntos, Capitu e eu, noutras oportunidades. Mas a minha amada, magnânima que só ela, sempre me perdoou. Claro, não sem passar-me uma dura carraspana, antes), eu fraquejei e descumpri o prometido. É que eu me senti muito sozinho, ontem. A cama larga demais, o quarto frio – em que pese o calor da noite –, a sensação de abandono, a saudade... Capitu aceitou o convite e, em parte, dissipou minha angústia. Essa Capitu é bem cadela, mesmo!


CAPITU: quase um ano de idade, sem raça definida (vira-latas), recolhida na rua em uma noite quente do verão passado e incorporada à família com todas as honrarias da casa. Dorme comigo, de vez em quando, sob os veementes protestos da patroa (na sua ausência, naturalmente). Briga boa de comprar.

Nenhum comentário: