quarta-feira, 25 de junho de 2003

FÚTIL

Tua vida, fundamentada em caprichos
Põe-te, impávido juiz, acima do bem e do mal
Desdenhas o próximo: mero bicho
Pois em nada a ti ele é igual

Ocupas-te em ostentar vis valores
Que te custam (não sabes) a riqueza da alma
Preocupas-te em viver mil amores
Mas que amor, no meio do nada, se acalma?

Tua razão é hipócrita; teu coração, leviano
Não te violentes querendo ser o que não és
É inútil

Tua pequenez te fez material, não humano
Amor algum suportará tal revés
És fútil!

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