Amavam-se infinitamente, tanto que se fazia imensurável a real medida daquele amor - desmedido amor.
Havia, por vezes, pequenas rusgas, algumas desavenças, desentendimentos inúteis por motivos fúteis que paulatinamente foram minando a relação e dando-lhe ares de sentimento esmorecido, triste equívoco de que ambos foram vítimas.
Por fim, ela deixou-o por suspeitar que ele não a amava o suficiente, ainda que ela o amasse febrilmente.
Igualmente, ele deixou-a por supor que ela não o amasse a contento, a despeito de ele a amar doentiamente.
Curaram-se? Não! Mergulharam profundamente na mais grave das enfermidades. E afastaram-se um do outro, violentando cruelmente a ordem natural das coisas, a ordem deste sublime sentimento. Um rompimento injusto para com o próprio amor que ali sobejava com viço e vigor, e com delicadeza de rebento recém-nascido. Um quase-aborto operado a quatro mãos.
Um verdadeiro amor destroçado, orgulhos saciados e fartos, almas tristes e incompletas.
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