sábado, 30 de junho de 2012

UM SER SÓ POSSE


São minhas as minhas mãos
E meus pés também são meus
Meus pulmões e coração
De quem são, senão só meus?
E meus dentes, minha voz
Seriam, por acaso, teus?
São meus!
Indubitavelmente meus!
Meus joelhos, cotovelos
Meus olhos, meu olhar, meus pelos
Minha ira, meu rancor
Meu sorriso, meus cabelos
Minha calma, minha dor
Minha morte precoce
Minha alma...

E se tudo, portanto, é meu
Quem, afinal, sou eu?
Sou posse.

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