Se eu sou confiável? Não, não sou. Acho que ninguém o é
definitivamente. O ser humano é uma espécie na qual não se deve confiar; eu sou
um ser humano, logo... Se eu, algum dia, deparar com alguém que eu suspeite ser
confiável, desconfiarei dele – não confio em ninguém que me soe confiável.
Ninguém! Porque o ser humano não é confiável, principalmente quando quer
parecer confiável. E este é o pior da espécie: dedica-lhe uma fidelidade canina
até cumprir seu intuito, depois lhe trai. Jamais confie nele! Confie em mim,
que admito não ser confiável, sem dissimulações, sem máscaras. Confie em mim, que
confesso ser humano, sem escrúpulos e egoísta. Confie em mim, saco de vícios
cuja única virtude é não ser um ser confiável. Pode confiar.
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