sábado, 18 de janeiro de 2014

BEIJOS

Vivo em busca de ensejos
Pra sorrir
Pra escrever
Pra dar-te um beijo

Mas meus ensejos são fugidios
Escapam-me
E eu choro
Emudeço
Desejo-te e não te beijo

Mas, de repente, dou-me conta
Estão aí os ensejos que reclamo
Tapeando-me a cara
Puxando-me os cabelos:
O pranto, o silêncio
E o desejo sem beijo
E eu aqui, desolado, sem percebê-los!

O pranto, hão de convir
É um belo ensejo pra sorrir

O silêncio da folha em branco
É terra fértil para o verso
Que compõe o poema
Que faz o poeta
Que sou eu!

E o beijo que eu não te dei
(por falta de traquejo, não de afeto)
Enseja o beijo que te darei
Seguido de tantos outros beijos
Pois sou poeta, ora bolas!
Livre, louco e irrequieto

Pro inferno com os ensejos
Quero beijos
Sem ritos e sem pretextos
Beijo assim mesmo, avulso
De impulso
Sem contexto.

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