sábado, 8 de fevereiro de 2014

REVOLUÇÃO


Quem propaga a inclusão, rechaça a revolução.

O povo, o oprimido, o proletário, não deve ambicionar fazer parte de um contexto que se lhe apresente mais favorável, mais justo e humano, porém em prejuízo de outrem; ele não deve deixar a condição de oprimido para tornar-se opressor, de proletário a burguês, de desprezado a privilegiado. Ao contrário, o povo deve ser a gênese de um novo contexto – o único contexto – em que só existam iguais, sem classes, sem segregações, sem privilégios.

Quem luta pela inclusão dos desfavorecidos renuncia à verdadeira batalha que deve ser travada contra a sociedade capitalista, que divide o mundo entre os poucos que tem muito e os muitos que nada têm. A elevação dos que nada têm à condição privilegiada de ter muito é sucumbir ingenuamente à famigerada lógica capitalista, eis que, a cada opressor que nasce - mesmo que oriundo da classe dos oprimidos - recrudesce a opressão sobre a massa proletária.

Não queremos privilégios que hoje não possuímos, pois, onde um se beneficia com um privilégio, outro terá um direito sonegado. Os privilégios são a usurpação de direitos alheios – um privilégio meu é um direito que te falta. Não queremos fazer parte dos privilegiados, a que muitos chamam de inclusão, mas equiparar os direitos de todos, a ponto de desvanecer-se tacitamente o antagonismo de classes (revolução).

“Em lugar da antiga sociedade burguesa, com suas classes e antagonismo de classes, surge uma associação na qual o livre desenvolvimento de cada um é a condição para o livre desenvolvimento de todos.” (Manifesto do Partido Comunista, de Karl Marx e Friedrich Engels)

Lutar pela inclusão é condescender com uma prévia condição de marginalidade e almejar afastar-se dela em vez de combatê-la. Lutemos por um novo cenário em que pensar em inclusão seja uma ideia desbotada, anacrônica, posto que não haja excluídos.

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