sábado, 22 de fevereiro de 2014

FICTÍCIA ACADEMIA

Hoje, caí na real
Dei-me conta de que sou mortal
E troquei de mal com o espelho
Eu, mortal?
Entre tantos que se hão de ir
Chegará o dia em que me vou, também
Assim, sem honras, sem mais
Sem ter sido alguém?
Senti-me muito mal
De mais a mais
Compreendia-me reles, vil
Até imoral, pois
Mas mortal?!

Hei de mudar tudo isso
E escrever muita poesia
Muita mesmo! A rodo e a esmo
De gosto, até, bem duvidoso
E então, num dia glorioso
Feito um ribamar, um coelho, um cardoso
Fardar o fardão da idiotia
E fartar-me na fictícia academia
Dos autores que não escrevem
Dos doutos ignorantes
Das letras atormentadas
Dos tais imortais que morrem.

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