Ah, o orgulho, esse repelente de afetos poderoso! Talvez,
dentre os ditos "pecados capitais", aquele que mais violentamente se
volta contra os que, conscientemente ou não, cultivam-no em seu imo,
condenando-os a uma solidão velada e sutil, não explicita, mas íntima, e
silenciosamente corrosiva. O ser orgulhoso não fere só para fora, não ofende só
os que privam de sua intimidade e involuntariamente somatizam a sua soberba,
mas mutila-se a si próprio por dentro, também, repelindo os afetos e redundando
em viva e real sensação de abandono e solidão. E esse paraefeito, a solidão,
retroalimenta-se continuamente na medida em que o hospedeiro do orgulho, em se fazendo
só - eis que passa a ser essa a sua irremediável vocação -, em vez de render-se
à própria dor, reconhecer e assimilar o equívoco e aceitar ajuda de quem lhe quer
bem, crê-se incompreendido, injustiçado, enrijece-se ainda mais e orgulha-se
disso tudo com força e certeza redobradas, sentindo-se cada vez mais só. E o ciclo recomeça, sem perspectivas aparentes
de melhora...
"Se você optar pelo orgulho, aprenda a lidar com a saudade."
(autor desconhecido)
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